Por Nina Capucci
Não sabia ao certo se estava
preparada para aquela nova experiência, tinha um misto de ansiedade com
curiosidade. Sei apenas que era versão, o calor estava sufocante e qualquer
bebida ou qualquer roupa não eram suficientes para arejar e deixar a vontade.
Resolvi experimentar aquela sensação diferente. Já tinha lido em revistas
femininas com toques eróticos, já tinha visto algo parecido em documentários e
até mesmo em alguns filmes. No entanto, estar dentro daquela situação era bem
diferente estando ainda acompanhada do marido.
Não me lembro da maneira que
cheguei em que cheguei naquele clube, acho que tive uma amnésia instantânea,
daquelas que você nem se lembra do nome de sua mãe.
O ambiente parecia com uma
discoteca dos anos 70, muitas luzes e som bem animado. Homens interessantes bem
vestidos com olhares de lobos como em cima de suas presas. Mulheres com os
vestidos bem curtinhos, aderentes ao corpo, provavelmente muitas sem calcinha, com
decotes generosos, cabelos na maioria lisos e usando grandes bijoux.
Comecei a beber uma caipirinha de
vodka para me soltar, pois estar naquele ambiente estava fora de cogitação, mas
lá eu estava. Ficar solta de livre e espontânea vontade, até queria, mas era
necessário a ajuda da caipiroska.
As pessoas dançavam de forma
insinuante, quase simulando uma transa. Nos cantos podia ver na penumbra
algumas pessoas fazendo sexo sem a preocupação de serem vistas, afinal, se ali
estavam tinham pagado para serem vistos naquela situação. Aqueles movimentos de
corpos e gemidos misturados as batidas da musica comanda por uma DJ de máscara que
dançava sensualmente enquanto as luzes refletiam os seios expostos cobertos
apenas com purpurina era uma prévia da noite que estava por vir.
Estava observando o ambiente
quando fui abordada por uma mulher me convidando para transar com ela e o
marido. Achei o homem interessante, muito mais novo que a mulher. Começamos a
dançar os três de forma animada. Eu
estava no meio, ele estava por trás esfregando o membro em mim e ela esfregando
os seios siliconados em mim de maneira sensual, enquanto meu marido me
observava. Peguei a segunda caipirinha, afinal, acredito que apenas a bebida
poderia liberar a minha libido, já que eu fora criada em uma família
extremamente evangélica, onde que até mesmo o gozar estava para o pecado. Pensei no meu pai e na minha
mãe. Mas aquilo era ridículo, pensar na mãe e no pai em uma casa de swing, depois dos 30 e depois
de casada...estava fora de cogitação. Avisei o casal que eu queria dar uma
volta e voltaria logo. Enquanto andava nos corredores do lugar, muitas pessoas
transavam. Uma mulheres estava com o vestido levantado, seios para fora do
decote, enquanto um homem a penetrava pela frente e outro por trás, alguns
homens e mulheres passavam perto, olhavam e até mesmo outros passavam a mão e
participavam um pouco.
Vi um quarto com muitas pessoas, eu não sabia
ao certo onde começava uma pessoa e onde terminava a outra. Fiquei com tesão em
estar participando daquela situação. Pensava no casal e nas diversas
oportunidades que ali estavam e nessa altura do campeonato eu já tinha até me
esquecido do meu marido.
Vi uma porta entreaberta, onde
tinha uma enorme cama e diversas pessoas transavam na cama, pareciam elos de
corrente, um terminava e o outro começava tendo como base sexo oral. Continuei
a minha caminhada no labirinto erótico tinha outra sala, onde tinha uma parede
feita com um material leve e suave, que não deu para identificar. E nessa
parede tinha diversos buracos a uma altura de 60 cm do solo, onde homens
misteriosos colocavam os seus pênis
eretos, escondendo assim sua identidade e justamente na sala onde eu estava
demais pessoas, sendo homens ou mulheres podiam tocá-los, fazer sexo oral ou
até mesmo serem penetrados daquela forma. Homens e mulheres ficavam de quatro e
aos poucos iam encaixando a vagina ou o ânus no pênis ereto na parede. Muitos
gemidos e muito cheiro de sexo no ar.
Achei interessante, mas resolvi
sair daquela sala e continuar, quando estava saindo do quarto “Pênis sem rostos”
o casal estava me olhando com olhar de desejo, quando cheguei mais perto deles,
vi que a mulher era eu. Não entendi aquilo e perguntei: - Quem é você? Ela me
respondeu com um sorriso no canto so
lábios: - Eu sou você! Me coração acelerou e com os nervos a flor da pele
pensei que poderia estar sonhando, ou era resultado das duas caipiroskas. A
mulher que se dizia eu olhou no fundo dos meus olhos e me disse com um olhar
penetrante: - você não está sonhando. Você está acordada, mas acha que está
sonhando porque é covarde demais para encarar a realidade.
Gritei: - eu estou sonhando e foi
justamente ai nessa parte que acordei e vi que era um sonho, ou era realidade?
Não tenho certeza ao certo. Por isso que me encontro aqui no seu consultório,
pois acredito que a terapia me ajudará a entender se eu fui em um clube de swing, se de fato eu
vi tudo aquilo ou foi mesmo somente a minha imaginação.
- Calma Adélia! Como já repeti
muitas vezes, você está em tratamento em uma clinica psiquiátrica. Toda semana
você me conta essa mesma estória. Vamos fazer o tratamento e você ficará
melhor.
- Não é estória doutora! Eu
também te vi lá, você não lembra?
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