Translate

sábado, 18 de junho de 2011

A surpresa

Esse conto de minha autoria foi premiado entre outros em Suzano-SP no ano de 2008 e faz parte da Antologia: "Amor Lúbrico – Textos para serem lidos na cama"

Era outono, a noite estava fria e envolvente, a luz da lua cheia iluminava as casas antigas, o calçamento, refletia as sombras dos gatos que corriam através da rua. As flores noturnas expeliam os seus odores envolventes.
E, talvez, por essa magia ele tenha resolvido surpreendê-la. Chamou os empregados, pediu para que preparassem uma roupa especial, seu carro e tudo mais. Tomou banho de óleos perfumados, pois sabia que ela adorava. Pediu que a empregada pegasse algumas flores no seu jardim.
Tudo acertado. Entrou no carro e partiu em direção à casa dela. Parou num ponto distante, escuro. Não queria que ela ouvisse o barulho do motor. A surpresa deveria ser completa.
Quando descia do carro, viu uma figura masculina saindo da casa. Seus sentimentos elevaram-se; sentiu um frio na espinha, seguido por um surto de raiva, uma vontade de atingir o indivíduo que dali saia. Seguiu em sua direção, mas como naquela noite a lua estava iluminando os caminhos mais obscuros, pode ver o rosto do homem que saia. Sim, ele o reconhecera.
Respirou fundo. Pensou no que faria. Sempre tivera o controle total da situação em quaisquer que fossem os casos. Retomou o controle dos seus pensamentos. Arrumou o cabelo, pegou as flores e foi em direção à porta da casa. Tocou a campainha, e alguns segundos depois ela apareceu resplendorosa, estava linda. Estavam finalmente sozinhos.
Seu corpo estava escondido num vestido preto, discreto mas de tecido leve, deixando suas curvas mais evidentes. Estava descalça, seus mamilos estavam rígidos, evidenciados pelo tecido. O rosto sem maquiagem, contornado pelos cabelos longos deixando-a mais sensual.
- Senti saudades! Trouxe estas flores para você. Falou ele com calma, como se ninguém tivesse visto.
- Nossa! Elas são lindas! Ela deu um beijo rápido em sua boca, tentando disfarçar a surpresa.
- Vou colocá-las na água. E assim o deixou, indo em direção ao interior da casa. Os olhos dele acompanharam-na, não conseguindo focar nada além. Respirou fundo e passou a investigar o lugar, procurando alguma pista, algum resquício da visita anterior.
- Vou subir! Ele falou.
- Não! Ela respondeu com a voz trêmula. Tentou acalmar a voz, e continuou:
- Não, volto logo, e retornou com as flores dentro de um belíssimo vaso chinês que ele lhe dera de presente de aniversário. Ela forçava um sorriso. Desejando esquivar o assunto para outro lado, ela indagou como tinha sido o dia dele.
- A mesma coisa, os mesmos clientes me solicitando empréstimos, cobrando clientes atrasados, enfim, essas burocracias. Fui embora para casa mais cedo e vim te ver. Ela sorriu com malícia e disse:
- Adorei sua visita... Adoro quando me faz surpresas assim. O agarrou e deu beijo molhado.
O beijo foi longo. Ela passava suas mãos pelo pescoço dele, no mesmo instante em que as mãos dele deslizavam pelo corpo de sua amada, coxas e ancas. As línguas se tocavam com intensidade, os lábios eram mordiscados, deixando o beijo ainda mais sensual, quase chegaram ao ápice do prazer somente com o beijo. Ele subiu as escadas com ela nos braços e a levou para o quarto.
- Quem saiu daqui agora a pouco? Ele perguntou com olhar inquisidor e ela não conseguiu resistir àquele olhar e abaixou a cabeça, afastou-se dizendo:
- Não sei do que você está falando!
A pulsação dela subiu. Mas ele sabia que ela estava mentindo. Sabia ler as pessoas, como se tivesse o poder de desvendar os seus mais profundos pensamentos e sentimentos. Ele sabia que era mentira! A raiva começou a tomar conta de suas ações novamente, pensou que teria uma descarga de adrenalina de tanta raiva. Segurou o rosto dela pelo queixo com uma mão e com a outra o pescoço e falou brutalmente:
- Olhe para mim quando responder! Quem estava aqui há 10 minutos?
- Ninguém!
E com a mesma força que segurava seu rosto, ele a jogou contra a parede do quarto perto da cama.
- Não minta! Quem estava aqui agora?
Ela olhou nos olhos dele, estava nervosa, não conseguia conter a respiração, mas mesmo assim respondeu:
- Era meu amante!
- Safada, vadia! Gritou com ódio. Esbofeteou seu rosto fino. Ela cambaleou, não foi uma bofetada forte que ela não esperava. A fez baixou a cabeça como uma criança, quando faz alguma travessura e é descoberta, ainda assim um sorriso saiu de seu rosto.
- Ele é meu amante, vem aqui quando estou excitada!
- Está excitada? Ele perguntou incrédulo com o que ouvia. Ela não respondeu. Ele segurou seus cabelos, levantando o seu rosto de maneira a qual pudesse olhar os olhos, e perguntou novamente:
- Responde, vadia! Está excitada?
- Sim e muito.
- Vadia! Gritou ele com raiva. Não resistindo aos encantos da bela mulher e a excitação a beijou na boca. Ele nunca resistira àquela boca, ainda mais quando ela se movia daquele jeito. Segurava em seu rosto e em seu corpo para que ela não pudesse fugir, mas ela não queria isso. Ela retribuiu o beijo ainda com mais tesão, fazendo-a passar as mãos por baixo da camisa dele, arranhando-lhe as costas num movimento devagar, deixando as marcas de suas unhas de cima abaixo. Até ela se lembrar do tapa que recebera, então, sentiu que precisava devolver a dor que sentira, se vingar de alguma forma. Parou de beijá-lo e mordeu-lhe o lábio com força, o mesmo lábio que ainda procurava sua boca. Ele se afastou, numa mistura de dor e espanto, e permaneceu olhando para ela enquanto checava o sangue que começava a sair levemente.
- Você mereceu!
Tentou agarrar-lhe os braços, mas ela relutava. Toda vez que conseguia segura-la, ela se movia com força e se soltava. Não, ela não estava fugindo. Estava atiçando-o. Deixando-o nervoso. E conseguiu. Ele deu mais um tapa no seu rosto, conseguindo finalmente segurar corpo dela com força. Encostou-a de novo na parede puxou o delicado vestido de lado, sugando-lhe o seio. Sugava com força, mordia, apertava. Ela gemia de tesão com seu homem, mas dizia que não queria E a cada sugada mais forte, a cada pegada em suas ancas, mais ela gemia e, com mais força arranhava suas costas.
- Venha cá, vadia. Agora você verá o que é ter um homem de verdade. Falou e foi puxando-a pelos cabelos até a cama. Colocou-a de costas, ajoelhada no assento, abaixou sua cabeça até quase encostar no espelho que havia perto da cabeceira. Levantou o delicado vestido expondo suas ancas claras como pele de menina.
- Homem? Você não chega perto de saber o que é um homem... Você não passa de um frangote.
- Cala boca, vadia! Berrou. E deu um tapa forte naquela anca exposta à sua frente. Desabotoou o cinto, tirou sua calça, deixando seu membro finalmente livre. Justamente naquele dia ele não colocara cueca. Gritou: - Olha aqui! Anda! Coloque a camisinha, quero observar...Anda logo! Não sei com quantos mais você me traiu. Quero me precaver, antes que seja agora do que tarde...Anda, coloca a camisinha! Essa não! A de morango! Diga logo , com quantos você transou?! Ela obediente, colocou a camisinha em seu pênis rijo da mesma maneira que aprendera na palestra no posto de saúde dias atrás, mas não respondeu a pergunta.
Ele muito irritado pergunta novamente: - Com quantos transou? E ela finalmente respondeu, pois imaginou que poderia ser pior se permanecesse em silêncio.
- Com ninguém mais, somente com o misterioso, pois sei dos riscos que corro se não me precaver. Mas usei camisinha eu juro!
Ele gritou: - Cala a boca! Não acredito no que você diz, eu quero ver você repetir que sou frangote quando eu acabar com você!
Ela estava úmida, estava cheia de tesão e raiva por aquele homem que a penetrava com força, sem carinho nenhum, sem sentimento, mas que a pegava como uma verdadeira fêmea. Estava sendo penetrada com força, de quatro, na posição que adorava. Não daria o braço a torcer.
- Você acha que isso é ser homem? Ele fazia muito melhor que você!
Ele alcançou o cinto dobrou-o no meio, como um chicote curto, e deu-lhe uma bela cintada na anca. Ela gemeu, adorou a cintada, e continuava falando, provocando, para apanhar mais. Cada vez mais.
Os movimentos ficavam cada vez mais fortes e intensos seguindo o ritmo da respiração. Ele segurava os cabelos da mulher com uma mão e com a outra a cinta e a anca.
E ela continuava provocando-o: - Você não é nada! Diz que me ama, anda diz! Mesmo que seja mentira. E mesmo com as cintadas, mesmo com os movimentos fortes, ele acabou perdendo a paciência.
- Vou fazer você calar esta tua boca agora, veja bem, vou mentir...amo você.
Puxou com força a cabeça e o tronco dela para trás, passou a cinta pela sua boca, e puxou-a por trás, como se fossem as rédeas de sua égua. Ela já não conseguia falar. E tudo o que ele ouvia era o gemido abafado por sua cinta que ela soltava, tesão, raiva, dor e suor. Ouviu ela tentar gritar quando gozou, mas a cinta em sua boca não lhe permitia.
- Gozou, vagabunda? Gozou? Agora vai esperar eu terminar. Vai ficar de quatro até eu terminar! Ele tirou a cinta de sua boca, já não mais conseguindo juntar palavras para formar uma frase com sentido, sussurrou: - Vai. Cachorro, safado....Goza!
O gozo dele veio em um jato forte e quente, o qual a camisinha protegeu muito bem. Uma explosão de tesão que o deixou imobilizado por vários segundos. Ele se jogou na cama, aproveitando aquele momento delicioso e tirou a camisinha, dando um nó para jogar no lixo de maneira correta.
Ela aproximou-se dele, acariciou o peito dele pela camisa aberta. E disse com olhar maroto:
- Nossa. Você foi maravilhoso!
- Gostou da fantasia?.
- Adorei, amei.
- Eu sabia que gostaria e logo entenderia e entraria na brincadeira.
- Sobre a pessoa que saiu, era o meu irmão.
- Eu sei. O cumprimentei quanto estava chegando. Mas o que ele veio fazer aqui afinal?
Ela sorriu e disse:
- Ele trouxe teu presente de aniversário, não poderá vir aqui no sábado.

Um comentário:

Gustavo Silva disse...

Irado, muito bem escrito. Só acho que, embora necessário, as partes que mencionam a camisinha diminuem um pouco o ritmo.amisinha diminuem um pouco o ritmo.